Cartão de visita – orgulho do papai

Quando você vai a um evento de empreendedorismo, ou uma reunião com um potencial cliente, certamente leva seus cartões de visita, certo? E você fica orgulhoso do cartão bonitão? Mas será que foi bem projetado? Ao desenvolvermos um cartão de visita, equilibramos dois aspectos:

  1. Técnico, quando há facilidade de leitura, devido ao bom projeto e qualidade de produção gráfica.
  2. Conceitual, quando a estética causa uma sensação positiva em seu público-alvo (a quem o material é destinado).

Papo técnico

Quando a técnica é bem executada, exaltamos os conceitos e o resultado provoca o orgulho! Ao entendermos o público-alvo, desenvolvemos peças atraentes, que encantam. Para ter técnica, o designer precisa buscar conhecimento, estudar e pesquisar, por isso acho importante frequentar um bom curso. Uma área fundamental, qua a gente estuda, é a ergonomia, definida como o estudo da relação do homem com o seu trabalho, equipamento ou ambiente. Segundo ela, a leitura é influenciada por:

  • Dimensões: para uma distância de até 50cm (do cartão até o olho), recomendam-se fontes (letras) com a altura de 2,5mm, por exemplo, a Arial tamanho 13.
  • Proporções: medidas como largura, espessura ou distância entre as letras são importantes;
  • Tipos: Famílias de fontes com o desenho mais simples e uniformes são mais fáceis de ler;
  • Cores: Os contrastes de algumas combinações de cores são melhores que outras, de acordo com experimentos, a melhor combinação é azul sobre branco, sendo a décima laranja sobre branco, confira na imagem abaixo;
Legibilidade de cores de acordo com o livro Ergonomia – Projeto e Produção de Itiro Iida

Impressão

A escolha correta da mídia (material base onde será impresso) e o tipo de impressão são essenciais para ter boa qualidade. Além da mídia, precisamos escolher corretamente a forma de impressão, existem diversas maneiras de fixar a informação em cada mídia, umas caseiras, outras profissionais.

As impressoras jato de tinta, no geral, usam tintas solúveis em água. Imagina uma pessoa que trabalha manipulando água recebendo um cartão e logo em seguida as letras começam a escorrer, assim o orgulho escorre junto. Se quiser resistência à água em impressões caseiras, opte por uma impressora à laser. Essas duas opções são eficientes para quem precisa de poucos cartões para daqui algumas horas, mas se precisar de milhares de cartões, procure o serviço de uma gráfica.

Comparado com impressão caseira, as gráficas possuem muitas vantagens:

  • Usam tintas resistentes à água;
  • Imprimem cores especiais, que não existem nas impressoras caseiras;
  • Alta produtividade (imprimem milhares de cartões em pouco tempo);
  • Custo individual baixo;
  • Conseguem usar diversas mídias (papel, madeira, polímeros, vidro, metal);
  • Aplicam acabamentos;

Acabamentos

Já notou que alguns cartões são diferentes? Com textura ou formato diferente, enfim, isso é acabamento gráfico, um recurso que as gráficas usam para adicionar sensações. A laminação é um acabamento que consiste em cobrir o papel com uma película plástica, deixando fosco ou brilhante, protegendo o papel contra sujeira e umidade.

O verniz também é um acabamento que ajuda a proteger o papel, mas permite imprimir formas, letras, texturas e odores. É muito comum encontrarmos cartões com laminação fosca e verniz brilhante localizado, impresso somente sobre o logo, dizem que fica “chic”, refinado.

Ao final do processo gráfico, o corte define o formato de todas as peças gráficas, pode ser um formato universal, como o A4, ou um exclusivo criado pelo designer.

Padrão de gráfica

Existem alguns padrões de corte para minimizar desperdícios de papel, lá fora os cartões podem ser 8x5cm, no Brasil, muitas gráficas adotam o padrão de 9x5cm para cartões de visita, isso economiza na produção dos cartões e ainda acabou definindo o formato dos porta-cartões.

Fora do padrão

Cartão de visita da Sheila

Em 2013, fizemos a identidade visual da Sheila, ela usava um cartão 10x10cm e não cabia nos porta-cartões. Depois de analisarmos as informações relevantes, criamos um cartão compacto medindo 8x3cm. Com um cartão moderno, tecnológico, que cabe nos porta-cartões e alinhado com seus conceitos, a Sheila é só orgulho com seu cartão.

 

Mais conceitual

Tive o orgulho de trabalhar no cartão da Rosana, pois fizemos diferente. Ela sempre adorou os papéis artesanais e queria usá-los nos seus cartões. Mas o que ela escolheu era muito espesso e rugoso, as gráficas não recusaram a imprimir, então, optamos por carimbos! Para cada cartão de visita, ela rasga um pedaço retangular do papel (aproximadamente 9x3cm) e carimba o logo na frente e o contato no verso. Ficamos orgulhosos do cartão rústico, feito artesanalmente, pois transmite o lado artístico e natural da Rosana.

Cartão de visita da Rosana de Andrade

E o meu orgulho?

Também tenho orgulho dos meus cartões. Meus primeiros cartões de visita eram artesanais, eu imprimia, colava, prensava e cortava cada cartão. E tudo isso para quê? Naquela época, meu foco era em convites artesanais e planejei o cartão de visita como uma amostra do que era capaz de fazer, independente de gráfica, da impressão até o acabamento. Sim, tenho orgulho daquele cartão, pois representava meu trabalho na época.

Primeiro cartão de visita hanabi em 2008

Já em 2014, quando refiz a identidade visual da hanabi, fiz um novo cartão de visita, aliás, eram 5 variações, as cores eram diferentes, mas com mesma informação. E adivinha… também são artesanais! Tenho orgulho deles, pois na hora de entregar, mostro as cinco cores e pergunto qual ela gosta mais, isso deixou o ritual de entrega do cartão bem descontraído.

Cartões hanabi em 2014

Desenvolva seu orgulho

Independente do ramo de atuação, invista e planeje o cartão de visita, não estou dizendo que você deve fazer um cartão diferente, colorido, ou padrão, pode parecer clichê, mas o que serve para um, pode não servir para você, não existe receita de bolo cartão. É sempre bom seguir uma metodologia de criação, focando o público-alvo e conceitos. Cartões fáceis de ler, compreender e que transmitem bons conceitos, deixam muita gente orgulhosa, o dono do cartão acha ele bonitão… o designer acha ele bonitão… o público-alvo acha ele bonitão e guarda com carinho.

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